Eu sempre tive medo. Medo
do dia em que eu conhecesse alguém. O alguém que me faria parar o que quer que,
eu estivesse fazendo, só pra dar mais uma olhada. Eu sempre tive medo que
demorasse. Mas meu medo de que, acontecesse logo, era igualmente terrível. Eu
estava tão bem te amando, sofrendo, te assistindo. Era aquilo que eu sabia,
aquilo que eu vivia. Eu não queria mudar, eu não queria. Mas era obvio que eu
precisava desesperadamente de mudança. Eu me escondi muito. Não queria ver novas
pessoas, não queria novas pessoas. Eu estava bem com você... Mesmo sem você. Eu
olhava as pessoas com medo, com o coração fechado, pois eu sabia, se eu me
encantasse por alguém, seria o fim. Eu me forcei a viver além da ultima gota,
do que um dia fomos nós. E quando era só eu.
Então, chegou à noite, e eu
estava com sede. Eu não pude deixar de aceitar aquele convite. Seria open bar.
Minha amiga preparou tudo.
Eu o vi.
Então pisquei e continuei
olhando. Logo quis saber que gosto tinha a boca dele. Quando descobri o gosto
da boca, quis ficar segura em seus braços. Quando ele me abraçou, eu desejei
não ter que sair dali. Seus braços eram fortes, e eu acariciava, como se eu
tocasse um braço pela primeira vez. Deitei minha cabeça em seu peito e dancei
minhas mãos por suas costas. Eu estava me deliciando com seu corpo, descobrindo
prazeres adormecidos em mim. Não parecia de forma alguma que estávamos em meio
a mais de mil pessoas que dançavam incansavelmente. Eu sentia que estávamos a
sós. Em silencio. Foi extraordinário.
Eu fui embora, querendo ir
pra casa dele. Eu dormi sozinha, mas queria que ele dormisse comigo, sem pensar
que aquela era a primeira noite. Senti que minha cama queen aumentou mil vezes
de seu tamanho normal. Acordei, me pus de pé, e planejei vê-lo novamente. Não
queria esperar a noite, mas não poderia me mostrar desesperada, não mais do que
eu estava.
A minha cabeça fazia listas
intermináveis, de seus adjetivos. Eu o queria pra mim. Fomos pegar uma garrafa
fechada em seu quarto. Sinto muito, mas descrever como foi entrar naquele
quarto, naquele Paraíso, seria uma tortura. Seria mais do que eu aguento.
(...) Depois de alguns copos
eu pedi, “Me leva daqui”. Ele não podia ter entendido melhor o que eu quis
dizer, e me levou. (...)
Eu vivi tão pouco tempo
esse sonho, mas foi e é o suficiente pra me fazer pensar somente nisso. Como se
não houvesse outro pensamento que me importasse. Não sinto mais medo algum. (...)
Só sinto um buraco enorme dentro do peito. Mas, um buraco, que é bem maior que
meu peito, maior que meu corpo todo. Um buraco que não vai embora, até eu estar
com você novamente.
Não falo com você tem
poucos minutos, que me parecem além de uma longe eternidade. Mas, deito a
cabeça no travesseiro e penso, em como só de conhecer essa voz que nasce das
suas cordas vocais, me deixa encantada por toda uma vida. Que fique claro, tua
voz é perfeita. Eu dormiria sorrindo ao ouvi-la, mesmo que contasse pra mim uma
história de terror.
Você é tão diferente, - por
mais que eu saiba, nunca, em hipótese alguma deva achar alguém diferente. -
Quem nesse mundo, ao receber uma ligação no meio da madrugada, desliga o
celular, e só responde ao meio-dia do dia seguinte que estava dormindo? E me
chamando de Meu Anjo, com inocência, sem te consciência do meu estado de
loucura/desespero.
Peço por você, todos os
dias antes de dormir, rezo pra sermos felizes, em segredo de desejo de infinitas
formas. E se não der certo, eu sorrio feliz, - assim como agora - e vou
revivendo tudo, tudinho. Você me ensinou a sobreviver, a sorrir, mesmo com cada
lembrança de ter sido trocada. Mesmo que todo meu cuidado um dia, não tenha
valido a pena pra alguém.
Nunca vou me esquecer da
ultima noite, em como você cantou aquela musica linda pra mim, - e eu sorria
sem graça - em como você parecia o homem mais lindo do mundo. Ponho a cabeça no
meu travesseiro essa noite, desejando que você quisesse vir dormir comigo.
Sinto-me só sem você.
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