quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013



Eu sempre tive medo. Medo do dia em que eu conhecesse alguém. O alguém que me faria parar o que quer que, eu estivesse fazendo, só pra dar mais uma olhada. Eu sempre tive medo que demorasse. Mas meu medo de que, acontecesse logo, era igualmente terrível. Eu estava tão bem te amando, sofrendo, te assistindo. Era aquilo que eu sabia, aquilo que eu vivia. Eu não queria mudar, eu não queria. Mas era obvio que eu precisava desesperadamente de mudança. Eu me escondi muito. Não queria ver novas pessoas, não queria novas pessoas. Eu estava bem com você... Mesmo sem você. Eu olhava as pessoas com medo, com o coração fechado, pois eu sabia, se eu me encantasse por alguém, seria o fim. Eu me forcei a viver além da ultima gota, do que um dia fomos nós. E quando era só eu.
Então, chegou à noite, e eu estava com sede. Eu não pude deixar de aceitar aquele convite. Seria open bar. Minha amiga preparou tudo.
Eu o vi.
Então pisquei e continuei olhando. Logo quis saber que gosto tinha a boca dele. Quando descobri o gosto da boca, quis ficar segura em seus braços. Quando ele me abraçou, eu desejei não ter que sair dali. Seus braços eram fortes, e eu acariciava, como se eu tocasse um braço pela primeira vez. Deitei minha cabeça em seu peito e dancei minhas mãos por suas costas. Eu estava me deliciando com seu corpo, descobrindo prazeres adormecidos em mim. Não parecia de forma alguma que estávamos em meio a mais de mil pessoas que dançavam incansavelmente. Eu sentia que estávamos a sós. Em silencio. Foi extraordinário.
Eu fui embora, querendo ir pra casa dele. Eu dormi sozinha, mas queria que ele dormisse comigo, sem pensar que aquela era a primeira noite. Senti que minha cama queen aumentou mil vezes de seu tamanho normal. Acordei, me pus de pé, e planejei vê-lo novamente. Não queria esperar a noite, mas não poderia me mostrar desesperada, não mais do que eu estava.
A minha cabeça fazia listas intermináveis, de seus adjetivos. Eu o queria pra mim. Fomos pegar uma garrafa fechada em seu quarto. Sinto muito, mas descrever como foi entrar naquele quarto, naquele Paraíso, seria uma tortura. Seria mais do que eu aguento.
(...) Depois de alguns copos eu pedi, “Me leva daqui”. Ele não podia ter entendido melhor o que eu quis dizer, e me levou. (...)
Eu vivi tão pouco tempo esse sonho, mas foi e é o suficiente pra me fazer pensar somente nisso. Como se não houvesse outro pensamento que me importasse. Não sinto mais medo algum. (...) Só sinto um buraco enorme dentro do peito. Mas, um buraco, que é bem maior que meu peito, maior que meu corpo todo. Um buraco que não vai embora, até eu estar com você novamente.
Não falo com você tem poucos minutos, que me parecem além de uma longe eternidade. Mas, deito a cabeça no travesseiro e penso, em como só de conhecer essa voz que nasce das suas cordas vocais, me deixa encantada por toda uma vida. Que fique claro, tua voz é perfeita. Eu dormiria sorrindo ao ouvi-la, mesmo que contasse pra mim uma história de terror.
Você é tão diferente, - por mais que eu saiba, nunca, em hipótese alguma deva achar alguém diferente. - Quem nesse mundo, ao receber uma ligação no meio da madrugada, desliga o celular, e só responde ao meio-dia do dia seguinte que estava dormindo? E me chamando de Meu Anjo, com inocência, sem te consciência do meu estado de loucura/desespero.
Peço por você, todos os dias antes de dormir, rezo pra sermos felizes, em segredo de desejo de infinitas formas. E se não der certo, eu sorrio feliz, - assim como agora - e vou revivendo tudo, tudinho. Você me ensinou a sobreviver, a sorrir, mesmo com cada lembrança de ter sido trocada. Mesmo que todo meu cuidado um dia, não tenha valido a pena pra alguém.
Nunca vou me esquecer da ultima noite, em como você cantou aquela musica linda pra mim, - e eu sorria sem graça - em como você parecia o homem mais lindo do mundo. Ponho a cabeça no meu travesseiro essa noite, desejando que você quisesse vir dormir comigo. Sinto-me só sem você. 




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