domingo, 27 de janeiro de 2013



Começou com um raio, logo, veio o trovão mostrando-se forte, então o céu chorou. E eu preferi ficar aqui na escuridão do meu quarto, ouvindo a chuva batendo forte na janela. A vida tem passado rápido demais e tenho tido pouco tempo pra pensar, - em tudo e qualquer coisa. Coisas rápidas passam pelo pensamento, o pensamento voa, e quando me dou conta, já se passou tempo demais. De repente, me foco em como odeio dormir sozinha. E com o tempo, essa repulsa, em ter uma cama enorme pra não dividir com ninguém, não diminui. Penso, em como é impossível, controlar emoções sempre tão afloradas - pela milésima vez penso nisso. Por exemplo, eu não posso escolher você. E aprender a te amar só porque eu gostei do teu abraço, dos teus braços, envolta de mim enquanto me beijava, sinto muito, mais não funciona assim, acho que pra ninguém – que conhece o amor. Eu queria poder escolher o que pensar, em quem, quando e onde, talvez inclusive até o que escrever. Queria poder escolher meus sentimentos de acordo com as pessoas. 
Mas logo, penso, em você, em como me fez sofrer, eu, podendo controlar tudo, escolheria te esquecer? Escolheria por um fim? E pensando assim não posso deixar de pensar se você, escolheria me esquecer, me apagar... Não tenho certeza sobre mim mais, mas você já escolheu, esqueceu e apagou. 
Essa noite eu não quero dormir, eu não quero sonhar com você. Porque assim, eu fantasiaria no meu momento mais inofensivo, a realidade de você amando outra. Amor. Entende o que eu digo? Se você ama alguém tão rápido, logo, o que eu senti também não é amor? Estou enlouquecendo. Hoje me permiti pensar. E me arrependi amargamente. Mas também não quero sonhar com você, porque eu queria poder escolher você, mas não funciona assim.
(...) 
Mas, nada me tira do pensamento, que ninguém pode aprender amar, eu tenho certeza que é no exato momento. À primeira vista. Eu te vi, eu te amei no mesmo momento, ainda que tenha demorado pra admitir o sentimento. Eu não posso aprender a te amar, até porque eu já amo alguém, e não, eu não curo a dor de um amor com outro. Eu sou mesmo deslumbrada, fico pensando que esse mundo é um dos livros que eu leio, em que o amor, a química acontecem no milésimo exato e não um milésimo depois. 
Não quero pensar em você. 
O amor é louco, esta me fazendo esquecer como é escrever, como é organizar ideias, mesmo que desorganizadas. Tem você de um lado e você do outro, mas por mais que eu odeie dormir só, eu não posso escolher você pra cuidar de mim por mais do que algumas noites. Até porque, você não cuida de mim, ninguém, além de Deus cuida. Eu também não podia escolher você mais uma vez, por tantas razões que já sinto que vou desabar. 
Esta noite, em especial me deixei levar, tudo que construí pra me defender, desmoronou, justamente sobre mim, e fiquei ainda mais sensível, mas não dormirei sozinha, tenho uma garrafa de Whisky, que começará pela minha boca, queimando minha garganta, então percorrerá minhas veias e células, bombeará mais forte meu coração, me deixará tonta, sem ter forças pra falar, talvez a ponto de chorar. Que seja! Essa noite, estou muito bem acompanhada de mim mesma. Nenhum de vocês me abandonarão, pela manhã, eu escolhi não escolher vocês, mesmo que eu não consiga escolher nada. (...) 
Eu me recuso a engolir meu orgulho. Mas se eu nunca mais falar com você, se eu morrer em um segundo, saiba que morrerei com você em meu coração, te amando. Morrerei tentando entregar meu coração a você. Está chovendo forte, então eu viro a garrafa demoradamente, tentem me entender, eu sou forte, mas hoje eu me rendi. Amanha, hoje será passado, isso não existirá mais. Mas enquanto isso, fico embrulhada em cobertas e me entregando ao sabor do Whisky adocicando o amargo, que estou carregando hoje. 




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