terça-feira, 5 de junho de 2012

Things I'll never say. 


Eu caminhava com passos apressados, quase correndo. Sentia o frio, cada vez mais gelado o vento cortando meu rosto. Cada segundo mais desesperada, olhando por toda parte. Te procurando. A garganta ardia e eu queria chorar, eu queria gritar alto seu nome. Porque me deixava mais uma vez? Porque, Deus?
Então eu a vi. Te vi
.
Não lembro-me bem das palavras, mas você me abraçou, eu tentei resistir, então no próximo segundo meus braços estavam ao teu redor – porque o meu amor é maior que a mim mesma. Eu chorava em silêncio, olhei para o céu, era uma noite estrelada, tinha tudo pra ser uma noite linda, então eu pedi: - Deus tem piedade de mim. Por favor, me dá forças, me faz forte. Lágrimas rolaram dos meus olhos e caíram no teu ombro. Eu repeti com ainda mais fé meu pedido. Nós seguimos nosso destino naquela noite, falamos muito sobre tudo que queríamos, sobre aquilo que sufocava. Eu empurrei você, pra que desse o passo que temia tanto em dar. Tudo aquilo que nunca deveria precisar sair das nossas bocas, dores desnecessárias, como se tudo já não fosse suficiente, mas aguentei firme, e fiz o que tinha que fazer, não interessa quantas mentiras foram contadas, se no coração se tem a verdade, se dentro eu sentia arder o motivo de tudo aquilo. Acho, que foi a segunda coisa mais difícil que eu fiz na minha vida. Ver que você não ia embora, mas não queria ficar, me partia, partia meu peito. Esmagava. Torturava. Alguém sempre ama mais. Alguém sempre paga o preço. Foi uma noite estrelada de melancolia e tristeza nas paredes daquele quarto, nos desabrochamos como duas rosas machucadas e solitárias. Lágrimas por toda parte, pontadas de dor e desespero. Vontade absurda de voltar atrás, mandar a razão ir pro inferno, e pegar na sua perna pra te tocar com ternura, gritar mais alto que seus soluços que eu jamais iria embora, que eu estaria ali, que o passado passou e que em outro mundo resolveríamos suas dúvidas. Mas um reflexo de futuro me arranhou a garganta e me fez recuar. Não podia me deixar enganar, não podia deixa você se enganar, não podia fingir que tudo não acontecia. Que enquanto eu te escrevia, você escrevia pra outro alguém. Uma coisa fria na garganta e no coração, que ao mesmo tempo queimava, epifania. Eu não conseguia parar de pensar que ao amanhecer toda magia se desfaria, laços se quebrariam. Pelo menos eu acreditava que eles ainda existiam. Fechei os olhos e me aceitei, me perdoei, e acreditei de todo coração que fiz tudo que eu sabia fazer. Não ter você do meu lado, não é pior do que saber que você esta, aonde quer estar. E não guardei nenhuma magoa ou rancor do passado ou presente, acreditei que aquilo tudo, isso tudo, são dias que eu devo lembrar, te amei mais do que a mim, sem esperar entendimentos de qualquer ser ou alma. Na noite posterior a tudo isso, adormecerei sabendo, de todo coração, que você não estará sozinho, e sim com quem tanto toma conta de você. Mas, ainda pensando na noite que estamos; te abracei forte, te protegi a noite toda, adormeci com o gosto salgado das suas lagrimas e eu cheiro docíssimo. Então, - rápido, rápido demais – amanheceu.


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